Aconteceu comigo!
Eu tinha muita vontade de comprar um DVD Player. Então pedi ao meu pai dinheiro para comprar. Ele disse: “Comprei uma vaca em Taquari, tenho que buscá-la. O caminhão esta cobrando R$ 150,00. Se tu buscá-la comigo te pagarei R$ 50,00. Assim, tu poderás dar de entrado no DVD Player e eu pago o restante”.
Analisei os fatos e resolvi a encarar. Marcamos o dia, 20/09/07, feriado no RS. Saímos às 7h00 de casa em direção à Taquari, Às 7h30 fomos até o bairro Colônia Vinte de Setembro para pegar a dita vaca.
Às 8h00 já estávamos voltando pra casa com a tal vaca! Meu pai pagou a vaca e ficou só com R$ 5,00 no bolso. Quando nós saímos de casa ele disse para eu deixar a carteira em casa para não carregar muita coisa que iria nos atrapalhar na “viagem”.
Logo depois da FASE (antiga FEBEM) que fica no interior de Taquari (RS), chegamos numa venda de beira de estrada. Nessas alturas, já era 11h e nos estávamos com fome e a vaca também, paramos para fazer um lanche que nós tínhamos levado, meu pai disse para eu comprar um Pepão e 5 kg de milho pra a vaca. “Paga com teu dinheiro depois, nos acertamos.” Disse ele. “Tu disseste para deixar a carteira em casa, o dinheiro ficou junto!”
Meu pai ficou uma "arara" de tão bravo, mas depois se acalmou, fizemos o lanche, mas a vaca não. Enquanto nós estávamos descansando, resolvemos colocar um nome na vaca. Dentre tantos surgiram Alegria, Princesa, Mimosa e etc. Seguimos a viagem até Barro Vermelho no interior de Triunfo (RS), lá paramos para fazer outro lanche, já passava das 12h30. Até ai estava tudo bem não tinha sol, mas sim uma neblina.
Comprei um “refri” com o resto do "cincão" do meu pai, fiz o lanche. Ele ficou só olhando porque não sobrou pra ele, descobri que tinha um ônibus que passaria às 13h em direção a Coxilha Velha (Costa da Cadeia, distrito de Triunfo, RS) resolvi ir embora, pois o meu pai havia me dito que se eu quisesse, ele tinha vale transportes daquela empresa de ônibus.
Foi então que sol apareceu de repente. Parecia que ia queimar nossa pele. Meu pai me olhou dizendo: “Tu tens certeza do que vais fazer? Vai me deixar empenhado com esse bicho? Veja bem, nós traçamos um objetivo que é levar esta vaca embora e tu vai desistir no meio do caminho? Quando se tem um objetivo, tem que se esforçar e fazer até o fim.” Pensei um pouco e vi que ele tinha razão.
Seguimos em frente com a vaca. Cansada e com fome e o sol escaldante. Cada laçada que eu dava na vaca ela dava um coice e olhava para trás para se avançar sobre mim. Ficou com tanta raiva que até hoje ela não pode me ver.
Às 15h achamos uma sombra para descansar e tomar água. Nessa hora vieram alguns homens que trabalhavam Certaja (que estavam trabalhando naquela região na manutenção da rede elétrica). Deram-nos água gelada. Aproveitamos para e encher um vasilhame com água para o restante da “viagem”!
Quando estávamos na sombra, meu pai comentou sobre o tal nome que daríamos a vaca. “Escuridão”, “Noite-escura”, “Assombração” etc... Nenhum nome parecia bonito a essa hora da tarde!
Chegamos em casa as 17h00 depois de 30km de caminhada e muito cansados! Mas com objetivo cumprido! E isto experiência esta servindo de lição para mim até hoje e vai servir para o resto da minha vida: "Que por mais que as coisas pareçam difíceis, temos que ir em frente sem retroceder".
Veridiana de Ávila Silva
Escola Almirante Barroso
Costa da Cadeia (Coxilha Velha) | Triunfo | RS
20/05/2009
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