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quinta-feira, 25 de março de 2010

Papa liderou 'acobertamento de casos de pedofilia'

da BBC, em Londres

O papa Bento 16 desempenhou um papel de peso na ocultação sistemática de casos de abusos sexuais contra menores cometidos por padres católicos, segundo um documentário da BBC, Sexo, Crimes e o Vaticano, a ser exibido na TV aberta britânica na noite deste domingo.

A reportagem do programa examinou um documento secreto interno da igreja, que instrui bispos como lidar com acusações de abusos sexuais cometidos por padres em suas paróquias.

O texto impõe um juramento, em que a vítima, o acusado e eventuais testemunhas se comprometem a manter sigilo absoluto sobre o caso.

A quebra do juramento levaria à excomunhão.



Durante mais de 20 anos, o homem encarregado de zelar pela obediência aos termos do documento foi o cardeal Joseph Ratzinger - antes de virar papa.

O documento, Crimen Solliciatonis (latim para Crime da Solicitação), foi escrito em 1962 em latim e dstribuído a bispos do mundo inteiro, com a recomendação de que fosse guardado a sete chaves. Poucas pessoas de fora da igreja tiveram acesso a este documento.

O documentário, realizado especialmente para o programa de reportagens Panorama, apresenta material colhido nos Estados Unidos, Brasil e em Roma.

A reportagem é conduzida por Colm O'Gorman, que foi estruprado por um padre católico aos 14 anos.

O programa descobriu sete padres acusados de abusos contra menores vivendo no Vaticano ou em seus arredores.

Um deles, o padre Joseph Henn, foi indiciado, em um tribunal nos Estados Unidos, por 13 acusações de abuso de menores.

Durante as filmagens, O'Gorman descobriu que o padre Henn respondia aos pedidos de extradição do escritório de sua ordem religiosa no Vaticano.

A produção do documentário começou em março de 2002. O Vaticano recusou os vários pedidos feitos pela equipe para que fossem respondidos casos apresentados no filme.

A igreja católica tem cerca de 50 milhões de crianças em suas congregações.

No ano passado, vários casos de abusos vieram à tona nos Estados Unidos.

Segundo um relatório da igreja americana, ficou comprovado que em todo o país cerca de 4 mil padres foram acusados de abusos sexuais contra 10 mil jovens, na maioria meninos.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/bbc/2006/10/01/ult2363u8146.jhtm

Papa abrigou padre suspeito de pedofilia quando era arcebispo, diz igreja alemã.

'Abade H.' foi acolhido em 1980, quando Ratzinger dirigia arcebispado.
Comunicado confirma dados que serão publicados em jornal neste sábado.

Do G1, com agências internacionais

O Papa Bento XVI fez acolher, quando era arcebispo de Munique, no sul da Alemanha, em 1980, um padre suspeito de atos de pedofilia, para que ele se tratasse, anunciou em comunicado, nesta sexta-feira (12), o arcebispado da cidade alemã.

"A pedido do bispo de Essen, o abade H. foi recebido no arcebispado de Munique e Freising em janeiro de 1980", do qual era titular Josef Ratzinger, no período de 1977 a 1982, segundo a nota.

O comunicado confirma informações que serão divulgadas neste sábado no jornal "Süddeutsche Zeitung".

Foto: AP

O arcebispo alemão Robert Zollitsch durante encontro com o Papa Bento XVI nesta sexta-feira (12) no Vaticano, em foto do 'L'Osservatore Romano'. (Foto: AP)



Apesar da decisão sobre a necessidade de terapia e das suspeitas de abusos sexuais que pesavam sobre ele, "foi designado assistente de capelão numa paróquia da diocese de Munique, pelo vigário geral da época", Gerhard Gruber, diz o texto.

Em junho de 1986, o abade foi condenado à pena de 18 meses de prisão com direito a sursis e ao pagamento de multa de 4.000 marcos (US$ 2.813), por abusos sexuais cometidos contra menores, pelo tribunal de Ebersberg, que ordenou, além disso, que fizesse psicoterapia.

Desde então, prossegue em atividade na Baviera, mas as autoridades episcopais não tiveram conhecimento de nenhum outro incidente, segundo o comunicado do arcebispado.

"A nomeação em várias oportunidades do abade H. para funções espirituais foi um grave erro. Assumo toda a responsabilidade", declarou monsenhor Gruber, citado no texto.

"Lamento profundamente que esta decisão tenha contribuído para que adolescentes tenham sido molestados e peço perdão a todas as pessoas que tenham sido prejudicadas", acrescentou.

De novembro de 1986 a outubro de 1987, o sacerdote H. atuou num asilo de anciãos, depois foi nomeado administrador do conselho paroquial na comunidade de Garching.

"Para as nomeações para funções espirituais foram determinantes a condenação relativamente clemente do tribunal de Ebersberg e o relatório do psicólogo que o tratava", destacou o texto do arcebispado.

Vaticano

O Vaticano esclareceu que Bento XVI não tem relação com o caso.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, ressaltou que a arquidiocese de Munique-Freising já "explicou" os fatos, no qual diz que o então vigário geral da diocese alemã, Gerhard Gruber, assumiu "a plena responsabilidade" pelo ocorrido.

"Evidentemente o vigário não seguiu as indicações do então arcebispo Joseph Ratzinger, que tinha definido que o sacerdote não desenvolveria atividade pastoral alguma", disse Lombardi.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1527265-5602,00.html