Apostando na expansão da economia brasileira e no aumento da demanda por borracha sintética, multinacional alemã consolida movimento estratégico para ampliar seu faturamento global
Por Alexandre Volkweiss
Meses atrás, a alemã Lanxess – líder mundial no segmento de borracha sintética – anunciou a compra da holandesa DSM Elastômeros, que atua em duas unidades - no Pólo Petroquímico, em Triunfo, e em Sittar-Geleen, na Holanda. Agora, a negociação, avaliada em 310 milhões de euros, acaba de ser concluída. Com ela, a Lanxess consolida uma ação estratégica de aquisições pontuais e investimento em mercados emergentes, especialmente no Brasil, país onde vem registrando crescimento nas vendas. Em 2010, o faturamento da Lanxess no país (em seis unidades) respondeu por 10% do faturamento global da multinacional – que foi de 7,1 bilhões de euros. Para se ter uma ideia, até 2005, o Brasil respondia por apenas 1% do faturamento global da empresa.
marcelo-lacerda-lanxess-350O presidente da Lanxess no Brasil, Marcelo Lacerda, aposta que essa participação deve aumentar ainda mais. Mas não quis fazer projeções para a unidade de Triunfo (RS). “Nossa meta mundial é atingir cerca de 1,4 bilhão de euros em EBITDAs pré-excepcionais em 2015. E a aquisição da DSM vai colaborar para que isso ocorra”, disse. O EBITDA é um índice habitualmente utilizado por empresas de capital aberto que registra o lucro obtido apenas com a operação em si, excetuando-se ganhos financeiros.
Segundo o empresário, a Lanxess está focalizando suas ações nos países do BRICS, com destaque para o Brasil. A companhia também está atenta a fatores macroeconômicos como aumento da renda da classe média, políticas públicas de aceleração do crescimento (que estimulam investimentos em mobilidade urbana e saneamento básico) e eventos geradores de emprego e renda como Copa do Mundo e Olimpíadas – que contribuem para aquecimento da produção industrial e aumento na demanda por borracha sintética. “A indústria da borracha deve registrar crescimento de um dígito por ano nos próximos dez anos”, estima Lacerda.
O setor que mais deve contribuir para bons resultados é o automobilístico, que absorve 38% das aplicações industriais criadas pela Lanxess no mundo. Mas a multinacional também está de olho nos investimentos públicos em redes de água e saneamento, já que oferece produtos para vedação entre as tubulações.
Amanhã, 09/05/11
